sábado, 9 de fevereiro de 2013

Capítulo 17

Rodoviária de Poços de Caldas, Estado de Minas Gerais, 10 de outubro de 2009.

A garota chegou, enfim, ao seu destino. Desceu com o amigo de viagem dentro da rodoviária, mas mal teve tempo de se despedir dele, sua amiga a agarrou, abraçou tão forte que quase rasgou sua orelha por causa do brinco. Foi esmagada. Ambas riam muito.
Ela finalmente conseguiu desvencilhar-se dos braços de Luna e desperdir-se do amigo, que prometeu:
- Te ligo amanhã para te dar parabéns.
Ela sorriu, tinha certeza de que ele não iria ligar.
Luna apresentou sua tia à amiga recém-chegada. Tímida, cumprimentou a mulher com um sorriso. Havia uma terceira pessoa, uma garota que morava com elas no apartamento. Luna não parava de falar e as duas aproveitavam para rir muito enquanto caminhavam em direção ao carro da tia Rita.
Ela as levou ao shopping ali perto, a jovem tomou um sorvete enquanto sua amiga e a tia esperavam a senha do lanche. Quando, finalmente, foi chamada, Luna foi buscar seu lanche, voltou com ele e o colocou na mesa. Foi aí que aconteceu o maior mico da tarde, motivo de indecisão entre risadas, fingir que não conhecia, ou ajudar Luna.
A moça de olhos verdes empurrou, de leve, o banco da amiga para trás. Ao fazer isso, o banco soltou um ruído e Luna olhou-a, ela sorriu, acreditando ter sido descoberta. E foi quando Luna sentou. Ela não acreditou quando viu a amiga indo em direção ao vazio e sentando no chão com as pernas pro ar, numa queda vergonhosa. Não teve como não rir. Tia Rita não sabia se a ajudava ou se ria, acabou caindo na gargalhada. Um senhorzinho que estava ali por perto foi quem ajudou Luna a levantar-se. Ela estava vermelha como uma pimenta malagueta. Fuzilou os olhos verdes da amiga, embora risse, estava morrendo de vergonha. Queria matar a amiga. Mas acabou que tudo foi esquecido, após algumas desculpas e reclamações, tudo terminou em risadas.

Las Vegas, Nevada. Outubro de 2009.

Pela primeira vez, o encontro com Marg foi na casa dela. Não em um cassino, não em um hotel, mas na casa dela. E Angela percebeu que nunca poderia ficar mais íntimo.
Assim que chegaram de viagem, o tour pela cidade foi deixado de lado, foram tomar um sorvete e, em seguida, direto para a casa dela. Foi lá que ela ficou instalada pelos próximos dias.

Apartamento da tia Rita, Fim da tarde/ início da noite.

Assim que o episódio do shopping esfriou, a colega que estava junto voltou a rodoviária para viajar, as três entraram no carro e foram para casa.
Luna veio no banco de trás com a amiga, realmente enchendo o saco da garota, mas elas riram muito, foi o que importou. O carro entrou no estacionamento do prédio, elas desceram e subiram alguns lances de escadas para chegar ao apartamento. Lá, a moça deixou sua mochila guardada no guarda-roupas de Luna, a qual mostrou algumas coisas pra ela que tinha: óculos escuros, um sapo de pelúcia, chaveiros, contando a história de cada um.
Em um dado momento, a tia de Luna foi tomar banho. Foi o momento que a garota esperava para "atacar" a amiga. Encostou-a na janela, beijou-a. Quase a jogou janela afora, de tanto entusiasmo. Riram. Continuaram. Lu, mais alta que a garota, foi posta contra a janela, bateu com a cabeça no vidro, riram ainda mais. Mas curtiram o momento enquanto puderam. Assim que a tia saiu do banheiro, ambas estavam recompostas, como se nada houvesse acontecido.
Quando foi chegando a noite, as meninas de arrumaram e Luna foi levar a garota de olhos verdes (que, para ela, eram azuis) à praça algumas quadras abaixo, sairiam para passear.
Algumas voltas depois na praça, sendo que passaram por um grupo de garotos algumas porções de vezes, um dos rapazes veio para o lado delas e sussurrou:
- Menina emo.
Luna olhou imediatamente para a amiga.
- Nem vem, Lu. Você que está de chaupeuzinho xadrez e blusa de bolinhas coloridas. Não tenho nada de emo, foi para você.
Começou a rir. Lu se irritou.
- Emo? Eu? Ele vai ver quem é emo.
Só fez a amiga rir mais. Luna tinha uma mania de ficar batendo no bumbum da amiga. Quando passavam pelos rapazes, se juntavam ainda mais. As duas tentaram sentar em algumas barras que havia na praça, um canto meio escuro. Os caras passaram por elas, voltaram, passaram outra vez. Luna, que não estava conseguindo se equilibrar bem na barra, encaixou seu corpo entre as pernas da amiga, apoiando suas costas no corpo pendurado da moça de olhos claros. Os caras passaram outra vez, viram a cena, piraram. Faziam tanto esforço para chamar a atenção que irritava.
As duas saíram de lá, foram para o banheiro. Foi aí que aconteceu. Tudo vazio, entraram na mesma cabine. Ficaram. Na hora de sair, um engano de cálculo colocou as duas frente-a-frente com uma estranha que se maquiava no banheiro. Luna quase morreu de vergonha, embora não conhecesse a mulher. A jovem de olhos claros não se importou, não conhecia ninguém, ali ela podia ser qualquer pessoa. Até uma mais parecida com ela mesma. A noite foi longa, houve muitas risadas, muitas provocações e, as benditas palmadas no bumbum que Luna não dispensava em dar na amiga.

Um comentário:

  1. "Um erro de cálculo" foi ótimo haha, posta maisss, posta mais que tô acompanhando, xará! (:

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