quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Capítulo 16

Casa da garota de cabelos castanhos, Outubro de 2009.

Ela conversava com a garota que havia se tornado sua primeira ex, mas que não deixara de ser sua amiga. Aquela à qual ela sente que sempre terá um carinho, apesar de tudo.
Discutiam sobre o aniversário da moça estar próximo, mas a jovem garantia a amiga que não haveria comemoração alguma naquele ano, sem festas de aniversário ou coisa parecida. Não havia tempo para fazer uma festa do jeito que ela queria, faltavam duas semanas apenas.
- Tem que ter uma comemoração, não pode passar em branco. Você está fazendo 18 anos.
Elas convesaram um bom tempo. A mineirinha teve uma idéia e passou para a moça.
- Vem pra cá. Fica na casa da minha tia, comigo. Já que não tem festa, viaja.
Os olhos verdes da garota brilharam, ela estava feliz e empolgada. Foi necessário alguns dias para convencer a mãe e outros para combinar tudo. No final da negociação, estava de passagem marcada para o dia 10, seu aniversário sendo no dia 11 e ela voltaria no dia 12, no final do dia, aproveitando o feriado.

Los Angeles, Califórnia, Outubro de 2009.

Angela estava pelas ruas, andando de bobeira. Tinha acabado de sair de um barzinho, onde tinha marcado de se encontrar com alguns amigos, e passava pela Hollywood Boulevard, olhando as estrelas da Calçada da Fama. Foi quando a viu.
Marg estava parada diante dela, alguns metros à sua frente, observando uma estrela de alguma personalidade que interessava a ela. Angela estava relutante ao se aproximar daquela loira que tanto quebrara seu coração, mas ao mesmo tempo, apesar de tudo o que sentia por ela em seu íntimo, toda mágoa, ainda havia carinho, e ela sentiu que era seguro aproximar-se.
As duas se cumprimentaram, conversaram de forma animada. Foi quando veio o convite.
- Porque não volta pra Vegas comigo? Por uns dias? Anda..vai ser legal.
Ela fixou seus olhos azuis nos da loirinha à sua frente, mas agora o cabelo de Marg estava alguns tons mais escuro, um caramelo talvez? Após algum tempo de insistência, ela disse sim. As duas marcaram de partir após alguns dias.

Terminal Rodoviário do Tietê, Estado de São Paulo. 10 de Outubro.

O dia finalmente tinha chegado. A moça de olhos verdes acordou cedo, às 7 da manhã, escolheu a roupa, se vestiu e pegou sua mochila, arrumada no dia anterior. Tomou café junto com sua mãe e partiram. Foi necessário um ônibus, um trem e alguns minutos de metrô, da casa da jovem até o terminal rodoviário onde pegaria o ônibus de viagem para Poços de Caldas, Minas Gerais, onde Luna morava com a tia.
Ela se despediu da mãe, subiu no ônibus, parado na plataforma 23, e esperou. O ônibus deu a partida, ela deu um último aceno para sua mãe, pela janela. E o ônibus se foi.
Horas depois, ouvindo música durante metade do caminho, um rapaz subiu no ônibus com a irmã, no terminal da cidade de Campinas. Eles estavam com a passagem em sequência, mas não era a mesma dos bancos. Ela estava no 17, ao seu lado o banco 18. Os dois estavam com passagens 18 e 19, ao contrário do que pensavam, não sentariam juntos. O rapaz apressou-se em sentar ao lado da jovem de cabelos castanhos, mandando a irmã pro banco do outro corredor, atrás deles. O ônibus estava cheio, não tinha como "escolher lugares".
Não demorou e o ônibus partiu em direção à Minas. Léo, o rapaz que havia se instalado no banco ao lado, era legal. Eles ficaram conversando sobre música, sobre os lugares de onde eram e pra onde iam, fizeram uma amizade nas horas restantes da viagem.

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