segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Capítulo 15

Dia do casamento de Fernanda, cidade de Guararema, aproximadamente 16:00 hs.

A garota de olhos verdes chega na cidade bem mais cedo do que o necessário. O casamento era a noite, aproximadamente às 19 horas.
Tenta ligar e se comunicar com suas amigas, não consegue.
- Mas que droga, ninguém atende esse celular. Vou tentar ligar para a Fê.
Ela liga, a noiva a atende. Após conversarem um pouco e ela dizer que já estava caminhando pelo centro, Fê convida-a para ir até onde ela está, ajudá-la a terminar de se arrumar, conversarem. A garota de cabelos castanhos vai andando pelo centro da pequena cidade. Está vestida de meia-calça preta e um vestido preto com rendas, botas pretas, os longos cabelos castanhos soltos, os olhos verdes destacados por um lápis preto e a boca, levemente carnuda, destacada por um batom rosa avermelhado. Ela caminha a passos largos, não sabe andar de outra forma, parece que está sempre com pressa, mesmo tendo tempo de sobra. O sol ainda brilhava forte acima de sua cabeça, fazendo com que ela fique incomodada com o calor, estava pronta para a noite, não para o sol. Alguns garotos na calçada do outro lado da rua mexem com ela.
- Viva o Rock'n'Roll, gatinha!!
Ela ri, ergue a mão fechada com os dedos mínimo e indicador erguidos, fazendo o símbolo do Rock na direção dos rapazes, com uma espécie de careta simbólica, depois continua seguindo seu caminho, rindo. Pensa, está mesmo parecida com uma roqueira, uma gótica. Talvez se seus olhos fossem azuis, um pouco mais velha e mais gordinha, seria a Amy Lee perfeita naquele vestido. ela gostava daquela comparação. Embora gostasse não só de rock, seu estilo de roupas sempre se identificou mais com o rock.
Ela chegou na casa da tia da noiva, sorriu ao ver a amiga já maquiada, se arrumando. A jovem amiga também a elogiou, ela estava empolgada. A garota de olhos verdes ajudou sua amiga, com o maior cuidado, a vestir o difícil vestido de noiva e a terminar os último ajustezinhos. Retocou a própria maquiagem e partiram para a igreja, a hora havia voado.
O casamente foi lindo, a festa foi muito divertida, a noiva estava linda, o noivo estava todo feliz. Foi um dia perfeito para o grupo de amigas do colégio "Feijão", como era chamado carinhosamente, ou nem tão carinhosamente assim, a Escola Estadual Roberto Feijó, onde elas estudavam.

Casa de Lucas, quarto de Angela, a noite.

Naquela noite Angela não saiu. Sentiu-se vazia demais para ir a qualquer lugar, não teve vontade de sair.
Sentia que, naquela noite, sua voz interior recusava-se a falar com ela, o que a fez questionar se esse "ser" interior realmente existia, ou se estaria com ela o tempo todo. Ela havia ganhado o péssimo hábito de fumar. Geralmente ela fumava com amigos, em festas ou coisas do gênero, mas acabava fumando sempre que sentia-se assim, solitária.
Estava sozinha, a casa silenciosa e escura, Lucas havia saído e dificilmente retornaria para casa naquele dia. A loira aproveitou para relaxar e acabou adormecendo no meio da quarta garrafa de cerveja.

Casa de Tassi, após a festa.

Naquele dia, a jovem de longos cabelos castanhos não voltou para casa. Dormiu na casa de uma amiga, na cidade. Estava feliz, empolgada. Não viu Angela naquele dia.

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